SONHO DE CONSUMO


Na sociedade moderna, uma das expressões mais usadas é “sonho de consumo”. Como ser social que sou, não poderia excluir tal expressão de meu vocabulário.
Há apenas uma diferença, que faz meu sonho de consumo ser extremamente peculiar…sonho consumir algo que amei desde a primeira vez que vi. Entre tantas coisas excitantes e maravilhosas que os “templos do consumo” nos oferecem, o alvo do meu desejo é, para mim, o mais valioso. Embora seja ele cheio de imperfeições, jamais pensaria em consertá-lo ou substitui-lo, pois suas imperfeições ajudam a compor o que ele é; e, o que ele é, é justamente , o que pode me satisfazer em plenitude…
Com meus olhos cobiçosos sobre ele, imagino como e o quanto o consumirei com todos os meus sentidos…sentirei o cheiro de seu corpo até incorporá-lo ao meu; apalparei a pele nua, sem me importar se nela há maciez ou não, pois só o que importará será senti-la enquanto, com meu olhar observador, verei cada parte do seu todo vibrar por mim… com meu paladar, degustarei tudo o que nele desejar e meu objeto de consumo desejará ser, por mim, completamente consumido, até que cruzemos a fronteira infeliz “do seu e do meu” e sejamos um só…
Consumi-lo, até vê-lo exaurido e, antagonicamente completo: eis meu sonho! E que fique claro: o desejo de consumo que alimento, em nada se vincula com a “instrumentalização” do “objeto” consumido, pois que meu alvo é meu Amor, é meu Sonho de Vida, é meu Homem e ainda, é o único que terá o direito de também consumir-me até que meu corpo esteja a ponto de render-se ao cansaço e, nesse episódio, não possa consumi-lo mais e mais.
Neste ato de consumo e plenitude mútuas, prevejo que haverá vários “rounds” e sempre que cobiço meu objeto de amor, me pergunto: qual de nós “jogará a toalha” primeiro? Veremos… (Andréia Jacomelli Lima)

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