VIV'ALMA



Ouço. Reparo. Filtro. Percebo. Sinto… Não há, efetivamente, viv’alma em torno de mim!
Roda viva da vida. Dinheiro. Obsessão consumista. Louca rotina…
Não há viv’alma em torno de mim!
Pouco tempo. Muito estresse. “Tolerância zero”. Violência a mil…
Não há viv’alma em torno de mim! Até quando será assim?!
Solidão em meio à multidão. Palavras, gestos e afetos incompreendidos: não há tempo para a compreensão!
Não há viv’alma em torno de mim!
Rascunhos de existências. Esboços de vida. Teatro medíocre de experiências verdadeiramente humanas. P’ra onde foi a humanidade do bicho-homem?!
Não há viv’alma em torno de mim!
Escravidão disfarçada de liberdade. Liberdade acorrentada à paradigmas impostos. Nenhuma reflexão: Neo-ditadura!!!
Não há viv’alma em torno de mim: apenas zumbis maquiados, trajando roupas “de marca”!
Só resta lutar para não sucumbir e manter viv’alma em mim! Eis meu escopo, obstinado e sem fim!…
(Andréia Jacomelli)
À falta aviltante de tempo que nos priva do direito à vida, meus aplausos sarcásticos!

Um comentário:

Beatriz Oliveira disse...

Minha querida, olho para todos nós com tamanha compaixão! Como dizia Cazuza: "O tempo não pára!" Esse é o nosso algoz, o tempo; o tempo que não temos pra dizer "te amo", pra sorrir, pra brincar com nossas crianças, pra olhar o pôr do sol; o tempo de coisas aparentemente supérfluas e improfícuas e que, entretanto, nos faria um pouco menos infelizes. O pior é que apesar de reconhecermos tal fato, não conseguimos dele nos libertar. E muitas vezes, pela lei do tempo, o que nos resta é apenas a solidão.

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