AINDA ONTEM...


Ontem passeamos, só nós duas, foi ótimo! Se lembra?
Aquela hora que você ligou e surpreendeu-me, dizendo que já estava chegando aqui, pulei de felicidade! Te recebi, na parada do ônibus que te trouxe, passamos em casa para deixar a sua bagagem e nos “acabamos de rir” porque, a tal bagagem era composta por uma muda de roupa e vários salgadinhos, pizzas, pãezinhos de queijo e outras guloseimas que você sempre traz(mas não deveria nem ver, se tivesse juízo!). Já esqueceu? Como pode? Foi ainda ontem!
Tranqüila e alegremente fomos ao centro da cidade “ver as modas”, como você diz!!!
Passamos também na igreja e você rezou, lentamente, uma dezena do terço…(eu também rezei, só que eu rezo mais rápido!). De braços dados , feito duas colegas de escola, andamos pelo largo calçadão e uma mexeu com a outra, usando daquele conhecido jargão: “Ganhou pra hoje, hein?!” Referindo-se aos olhos cobiçosos que, inevitavelmente, pousaram sobre nós, afinal, somos a dupla de mãe e filha mais “sexy” do mundo! Claro que você se lembra, não é?
E no “shopping”? Tá lembrando? Como sempre, você me chamou de “nojentinha da mamãe”, só porque só tomo café descafeinado e com creme! E eu, ri muito do seu santo cinismo: pediu adoçante no café e o acompanhou com quatro rabanadas! Vê se pode? Lembra? Pena que não levamos os meninos: não podiam perder a aula… Mas você, como sempre, lhes comprou presentes: brinquedos e mais guloseimas, é claro!
Foi uma farra lá em casa! Eles amaram devorar tudo aquilo! Foi ainda ontem, é claro que você se lembra, não é mesmo? Pena que você teve que voltar cedo pra casa… Mas foi ótimo, inesquecível, não acha?
Me responda. Não fique muda assim…Passamos um dia tão lindo ontem, como você não se lembra de mim?
Eu me lembro, tenho tudo gravado na memória, na retina e no coração. Você tem que se lembrar. Por favor, não me diga que não!
Não estou te ouvindo…não consigo mais te ver. Fale comigo… diga que se lembra…
Foi ontem, MÃE…ainda ontem eu passeei com você !
(Andréia Jacomelli )
À minha companheira de sempre e mãe, Perpétua, minha saudade sem limites.

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