O DISFARCE DE DEUS


É madrugada. Madrugada de inverno. Mas ela se levanta, calça apressadamente os chinelos (sem nem perceber que os pés estão trocados), apalpa rapidamente a mesa de cabeceira e logo encontra os óculos. Ela se esgueira pelos corredores a passos ágeis, até alcançar uma certa pequenina que chora um choro sentido, em sua caminha branca…
A pequenina está sentada, rosto banhado de lágrimas, cabelos divertidamente desgrenhados e bracinhos estendidos na escuridão (ela sabe que eles não ficarão vazios por muito tempo…). A pequena não tem febre; a pequena não tem dor alguma; não tem sede, nem está com fome…Ao mal que a ela aflige, chamamos saudade… A criaturinha sente saudade de Deus! Saudade tão pungente que só se aplaca nos braços da MÃE!
No colo materno as lágrimas cessam, o medo esvai-se por completo, o frio dá lugar a um calor bem dentro do peito; calor que chega num “flash” até a alma, como se fosse um “e-mail”, dizendo assim: Sossega, querida, retorna à tua paz. Tudo está bem. Confia! Eu estarei sempre contigo!”
Agora, “Dona Chorona” já pode voltar a dormir, pois já conferiu que Deus está ali e a ama acima de tudo! E para esta tal pequena, Deus tem a pele mais macia do mundo; olhos azuis transbordantes de afeto e cabelos amarelinhos como o sol! Antes de se entregar totalmente ao sono, o pingo de gente, agora sorrindo, agarra a mãe e desabafa: “MÃE, VOCÊ É O DISFARCE MAIS LINDO QUE DEUS PODIA ESCOLHER!”
(Andréia Jacomelli)

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